NINJA H2R a 400 KM/H: Kenan Sofuoglu é Tetracampeão de Supersport
PILOTO TURCO ATINGE 400 KM/H NO PAINEL DA KAWASAKI NINJA H2R
KENAN SOFUOGLU É TETRACAMPEÃO DO MUNDIAL DE SUPERSPORT E ACELEROU EM PONTE SOBRE O MAR DE MARMARA, PRÓXIMA A ISTAMBUL
Desde a apresentação da Kawasaki Ninja H2R no fim de 2014 como nova moto mais potente do mundo, com seus 326 cv possíveis graças à sobrealimentação por um inovador supercharger compacto, especula-se se seria possível quebrar a barreira dos 400 km/h. A esportiva de produção limitada (custa R$ 350 mil no Brasil) só pode ser usada em pistas fechadas porque não atende a restrições de níveis de poluição e ruído, que fazem a versão de rua H2 ser limitada a 210 cv. Com sua carenagem de fibra de carbono e inéditas asas dianteiras para mantê-la estável a velocidades antes impossíveis com uma motocicleta comprada em concessionária, a H2R original não passava de 360 km/h no painel.
Até que em abril deste ano a equipe japonesa de motovelocidade Trick Star derrubou a limitação de rotações do motor alongando a relação secundária, revisou o mapeamento eletrônico e removeu as asas que, segundo eles, limitavam a velocidade final da moto. Em um circuito oval os pilotos do time queriam alcançar os 400 km/h, mas só atingiram 385 km/h no painel – aferidos como 352 km/h reais pela telemetria.
No último dia 28 de junho foi a vez do tetracampeão mundial de supersport Kenan Sofuoglu, turco de 31 anos, realizar sua tentativa. Uma H2R foi novamente preparada (ainda não há detalhes sobre as modificações), embora mantivesse a aparência exterior de fábrica e as asas dianteiras. O local escolhido foi a ponte Osman Gazi, que liga duas extremidades de uma nova estrada sobre o Mar de Marmara, a 50 km da maior cidade turca, Istambul. Com apenas três faixas e cercado pela estrutura de cabos de aço, Sofuoglu acelerou a H2R durante 26 segundos para atravessar a estrutura de 2.682 metros de extensão com o pico de 400 km/h no painel da Kawasaki, o que pode ser estimado em quase 370 km/h reais considerando o mesmo percentual de erro aferido pelos japoneses da Trick Star. Além da preparação da H2R ainda desconhecida, dois fatores podem ter auxiliado o piloto turco em sua proeza: a maior pressão atmosférica ao nível do mar (estima-se que a potência de um motor seja reduzida em 1% a cada 100 metros de altitude) e a menor temperatura ao horário escolhido, no início da manhã, fatores que aumentam a quantidade de oxigênio aspirado pelo motor e otimizam a combustão.